Pré-candidato ao Senado pelo MDB nas eleições de outubro, o ex-governador do Paraná Orlando Pessuti aponta como credenciais para ocupar a função o conhecimento acumulado em 40 anos de vida pública e a disposição de defender os interesses do Estado com uma atuação mais efetiva em relação aos atuais senadores. “Tenho certeza que posso fazer mais e melhor dos que os atuais senadores”, diz.

“Experiência eu tenho, sei como funcionam os mecanismos dos governos federal, estadual e também do Poder Legislativo. Tenho convicção de que poderei desatar no Senado alguns nós que estão travando a vida do povo paranaense”, afirma Pessuti, lembrando as atuações como deputado estadual, por 20 anos, vice-governador, secretário da Agricultura, governador, conselheiro de Itaipu e do BNDES e diretor-presidente do Banco BRDE.

Mar territorial – Entre as questões que merecem atenção especial, Pessuti relaciona o mar territorial paranaense. “A nossa faixa litorânea termina com 75 quilômetros de litoral. E a definição desse mar territorial não segue em linhas paralelas, mas acaba num triângulo, logo à frente. Com isso, poços de petróleo praticamente encostados no nosso litoral não pertencem ao Paraná, que assim não recebe royalties”, destaca Pessuti.

“Imaginem como esses royalties seriam importantes para reforçar o caixa do Estado e dos municípios, que poderiam com esses recursos investir muito mais em segurança, educação, saúde”, afirma. “Nossos senadores também poderiam se ocupar mais das rodovias federais que cortam o Paraná, em centenas de quilômetros. Muitas delas sequer estão asfaltadas ou duplicadas”, acrescenta.

Pessuti cita como exemplo uma das mais importantes rodovias do Estado, a BR 376, que liga a região Noroeste a Garuva (SC). “Essa rodovia não está totalmente duplicada, a exemplo da BR 277, que vem de Foz do Iguaçu e segue até Paranaguá, numa trecho de 750 quilômetros, dos quais somente 250 quilômetros estão duplicados. Pagamos pedágios absurdos, vergonhosos, por 25 anos, e essas situações persistem”, critica.

Infraestrutura – Para o ex-governador, falta uma ação forte, decisiva dos senadores paranaenses para reverter essa realidade. “Eu quero ser o senador que vai defende os interesses do Paraná e buscar recursos para reforçar e ampliar a infraestrutura do nosso Estado, tanto em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, como também em hidrovias, se necessário”, afirma.

Sobre ferrovias, Pessuti lembra que, ao deixar o governo do Estado, em janeiro de 2011, a construção da Estrada de Ferro Paraná Oeste, a Ferroeste, não avançou um metro sequer. “E nós já tínhamos dado autorização para realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (AVTEA). Passados 11 anos, continuamos na mesma. Agora, felizmente, tiveram início as audiências públicas para definir essa situação”.

“Quero cuidar para que recursos venham ao Paraná e possamos ter todas as condições de construir a Ferroeste, ferrovia que terá essa integração fantástica, ligando Maracaju, no Mato Grosso do Sul, até Paranaguá”, diz Pessuti. E garante: “a questão dos recursos temos como resolver, até mesmo sem depender do orçamento da União ou do governo estadual, que são orçamentos sempre complicados”.

Recursos – Pessuti lembra que em 2023, após 50 anos, Itaipu quitará o financiamento para construção da hidrelétrica. Com isso, estima-se que sobrem no caixa da empresa R$ 5 bilhões por ano. “Não seria justo destinar esse recurso integralmente ao governo federal, mas sim direcionar parte desse dinheiro como compensação aos paranaenses e sul-matogrossenses que perderam terras com a construção do lago de Itaipu.

“Se pudermos usar 50% desses recursos por 20 anos, por exemplo, o Paraná poderia contar com R$ 2,5 bilhões por ano, o que daria para duplicar pelo menos 250 quilômetros de rodovias federias”, calcula. “Para isso, seria criado um programa especial para garantir que o aporte seja aplicado na duplicação de rodovias, como já acontece hoje, com Itaipu financiando diversas obras na região de Foz do Iguaçu”.

Segue Pessuti: “ajudei a construir essa equação financeira, esse arcabouço de projetos para liberação de recursos de Itaipu para essas obras em Foz, enquanto conselheiro da empresa. Sei onde buscar recursos e como investir de forma afirmativa para avançarmos com obras de infraestrutura no Paraná, gerando emprego e renda, porque é o que teremos. Mais obras, mais empregos e um custo Paraná bem menor do que o atual”.